Estudo aponta que regra que impera nos acidentes é 'cada um por si'.
Cientistas analisaram 18 naufrágios ocorridos entre 1852 e 2011.
Pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, analisaram 18 acidentes marítimos ocorridos entre 1852 e 2011. O objetivo: avaliar o perfil das vítimas, as causas e circunstâncias das tragédias e se a regra "mulheres e crianças primeiro" funciona na prática.
Uma das conclusões é que, no naufrágio do Titanic, ocorrido em 1912, a maioria das mulheres e crianças foram salvas (cerca de 70%). O número alto em comparação com os homens que sobreviveram (20%). O caso é exceção entre os acidentes, já que em quase todos os outros casos as mulheres tiveram menos chance de sobreviver, apontam os cientistas.
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Além do Titanic, foram analisados naufrágios como o do navio MS Bulgaria, ocorrido em 2011, na Rússia, no qual 110 pessoas morreram; o MS Morro Castle, navio norte-americano que foi alvo de um incêndio em 1934, deixando 130 mortos; e o MS Estônia, afundado por uma falha técnica em 1994, que deixou 852 vítimas.
Cada um por si
No total, 15,1 mil passageiros estavam nos 18 navios, sendo que 9,5 mil deles morreram, o equivalente a 63%. A pesquisa conclui que, mesmo com a existência da regra "mulheres e crianças primeiro", o que impera nos acidentes com navios é a norma "cada um por si".
Citada como a "lei não-escrita dos mares", a norma "mulheres e crianças primeiro" quase sempre é desprezada nos casos de naufrágio, apontam os pesquisadores.
Em 16 dos 18 acidentes investigados, a tripulação (marinheiros e funcionários) teve uma chance de sobrevivência de 60%, afirma o estudo. O capitão, em média, sobreviveu em 42% dos casos. Já as passageiras mulheres sobreviveram em 28% dos naufrágios, o que significa que em 72% das situações elas morreram.
Os passageiros homens apresentaram mais chances de sobrevivência do que as mulheres: eles permaneceram vivos em 38% das vezes, aproximadamente.
Um dado curioso é que a norma "mulheres e crianças primeiro" foi mais usada a bordo de navios britânicos que afundaram, segundo os pesquisadores. Mesmo assim, as mulheres tiveram menos chance de sobrevivência nos acidentes de navios britânicos, sendo a regra utilizada ou não.
Fonte: Do G1, em São Paulo
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