O Brasil terá, a partir do ano que vem, o primeiro barco movido a energia solar para o transporte de vários passageiros. Desenvolvido pela equipe solar Instituto Náutico Paraty (INP), já está sendo construído e poderá levar até sete passageiros - fora um tripulante. O barco deve começar navegar no verão de 2013, de acordo com Allan Reid, diretor da instituição. O INP utiliza, desde 2008, embarcações cujos motores funcionam com a energia gerada pela luz do sol. Elas, no entanto, são voltadas para competição, e só acomodam o piloto.
O novo projeto, denominado Táxi Solar Paraty, visa transportar turistas pelas águas da cidade homônima, situada no sul do Rio de Janeiro. "Fora toda a questão de não emitir poluentes, queremos desenvolver um turismo menos agressivo. Será um barco bem silencioso, sem aquela barulheira dos motores movidos a óleo. E que terá um rendimento idêntico para o passageiro", afirma Reid, que participou da 1ª edição do festival Virada Digital, que termina hoje, em Paraty.
A embarcação será equipada com quatro baterias que armazenam energia, de modo que o barco navegue sem luz solar por até seis horas. A captação da energia solar será feita por painéis fotovoltaicos, que também são utilizados nos barcos já existentes. Os que já estão em operação são de menor porte e contam com duas baterias, que garantem, em média, duas horas de autonomia. Esses barcos são usados no Desafio Solar Brasil - que acontece nas cidades de Florianópolis e Paraty - e têm seis painéis deste tipo. A competição esportiva conta apenas com embarcações movidas pela energia solar. A próxima etapa está prevista para outubro, em Paraty. "Com velocidade alta, a navegabilidade é de uma hora e trinta minutos. Se mantiver uma velocidade de cruzeiro (constante e controlada), vai de duas horas e trinta minutos a três horas", pontua Reid.
Ele argumenta que a opção pela energia solar é mais econômica e eficiente. Cita que um motor movido a óleo desperdiça de 60% a 70% da energia gerada na produção de calor, enquanto a fonte solar transforma 90% de tudo que é produzido em energia para mover o motor. Reid sustenta que a energia solar é três vezes mais eficiente do que a opção convencional. O custo para se construir um barco solar ainda é bem mais elevado do que um modelo comum, mas Reid pondera que está cada vez menos caro. Ele lembra que, há três anos, uma placa de 140 W custava, em média, R$ 1,5 mil. Atualmente, o preço gira em torno de R$ 800. Uma placa deste tipo dura cerca de 25 anos.
"À medida em que o uso da energia solar vai sendo massificada, a tendência é que o preço caia. E isso está acontecendo. Esse barco é pioneiro, para vermos como e qual a melhor forma de a coisa funcionar", observa Reid. A intenção é desenvolver, posteriormente, unidades semelhantes e até maiores para o transporte coletivo de passageiros. Dentro de cada embarcação, serão instaladas garrafas PET, que vão atuar na flutuabilidade do barco. A embarcação para transporte coletivo, movido a energia solar, terá 7 m de comprimento, oito painéis solares e velocidade de cruzeiro de 5,9 nós.
Fonte: TERRA
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