No dia 1º de junho foi realizado no município de Cajueiro da Praia, o Encontro de Apresentação da Carta Proposta dos Pescadores do Estuário Timonha-Ubatuba, que reuniu cerca de 100 pessoas entre pescadores e membros de instituições de ensino, pesquisa e setor pesqueiro.
A Carta Proposta, apresentada no vento, representa o produto final dos Encontros de Pesca do Estuário dos rios Timonha-Ubatuba, elaborada por pescadores e marisqueiras dos municípios de Cajueiro da Praia/PI, Barroquinha/CE e Chaval/CE.

“Em 2010 pescadores e instituições iniciaram o projeto que visa a melhoria da pesca nessa região através do ordenamento e zoneamento da pesca, melhoria da renda do pescador, pesquisa e capacitação” comenta Francinalda Rocha, coordenadora do Projeto.
O projeto “Sensibilização de Pescadores/as para a Gestão Compartilhada de Recursos Pesqueiros no Estuário dos rios Timonha e Ubatuba (PI/CE)”, é executado pelas instituições: Centro Mamíferos Aquáticos/ Projeto Peixe-boi e da Área de Proteção Ambiental  Delta do Parnaíba, em parceria com ONGs Comissão Ilha Ativa (CIA) do Piauí e Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), do Ceará, a Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e apoio do Projeto Manguezais do Brasil e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
No evento, a coordenadora Patrícia Claro iniciou as atividades apresentando um histórico dos encontros realizados nos últimos dois anos. Em seguida, pecadores e marisqueiras de cada município apresentaram as propostas do projeto.
A marisqueira do Cajueiro da praia, Cláudia Araújo, falou sobre a importância de uma fiscalização eficiente, observando o tipo de pesca predatória no estuário, além da implantação de um berçário para permitir o crescimento e desova.  Já os pescadores Paulo Airton de Chaval e Antônio Elton de Barroquinha, mostraram maneiras de melhoria da renda, através da produção e comercialização do pescado; atividades de complementação de renda como o turismo e aproveitamento de subprodutos de pescados, além de pesquisas que podem proporcionar um custo reduzido na produção; sobre construções artificiais favorecendo o aumento da população de peixes nos rios e no mar e sobre a viabilidade ambiental de produção comunitária de camarão, lagosta, peixes, ostras, mariscos e algas; dentre outros.
“Percebemos que o peixe está desaparecendo dos nossos rios e que precisamos fazer alguma coisa. Vimos a importância do projeto e que com essas propostas, o peixe pode voltar a nossas redes, além de outras atividades que podem melhorar nossa renda”, comenta o pescador Antônio Elton.
“Temos muitas riquezas, vamos nos capacitar e colocar tudo em prática, mas o primeiro passo é a união e organização dos pescadores”, disse o pescador de Chaval/CE, Paulo Airton.
Em um segundo momento, pescadores e instituições dividiram-se em três grupos, de acordo com o perfil de atuação de cada uma, estabelecendo parcerias e contribuições para o projeto, que foram apresentados a todos.
Ao final da atividade, foram sorteados kits promocionais de diversas instituições, assim como cestas básicas; em seguida o grupo Mana-Maní Rodas Recriativas da Paz de Belém/PA, apresentou algumas danças da região com a participação dos pescadores, marisqueiras e membros de instituições, integrando a todos que estivessem presentes.
Os pescadores e marisqueiras decidiram pela continuidade das propostas através da eleição de um grupo de doze pessoas, com quatro representantes de cada município. Esse grupo foi indicado pela Colônia de Pescadores ou através dos participantes dos “Encontros de Pesca do Timonha e Ubatuba” e são os representantes dos demais pescadores que participaram dessa caminhada. Os pescadores/as sabem como será difícil alcançar todas as propostas ao mesmo tempo, mais vamos dá continuidade aos trabalhos, disse a coordenadora Patrícia Claro.
Fonte: Edição, Proparnaiba.com

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